sábado, 30 de julho de 2011

Pet Scan - novas possibilidades

"A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) deve publicar na próxima semana uma resolução que atualiza a cobertura assistencial obrigatória para os planos de saúde. Os convênios terão que custear, a partir de janeiro de 2012, 50 novos procedimentos, entre eles, cirurgia de redução de estômago via laparoscopia, terapia ocupacional e a tomografia especial PET Scan, usada no diagnóstico de câncer." A informação é da coluna Mônica Bergamo publicada na edição da Folha desta sexta-feira, dia 29.07.
Sem dúvidas esta pode ser a vir uma grande boa notícia. A minha posição meio cética é devido ao que ocorreu no ano passado quando a imprensa toda alardeou aos quatro cantos que os planos de saúde seriam obrigados a dar cobertura ao PET SCAN (Ver RN nº 211/2010, da ANS) e quando na verdade contempla apenas dois tipos de cânceres: os linfonodos e o de pulmão. Mais recentemente outra notícia, igualmente, com grande destaque veio a baila na metade de junho passado outra Resolução Normativa, esta de nº 259/2011, estabelecendo prazos máximos para o usuário ter acesso aos serviços e procedimentos cobertos pelas operadoras de planos de saúde. Outro engodo que o povo vai engulindo goela abaixo, sem direito sequer a um copo dágua para ajudar na descida do morro. No final desta postagem você encontrará uma tabela com os prazos máximos, atente para o fato de que o tempo é contado em dias úteis... ou seja 21 úteis correspondem a 30 dias corridos! Eles usam ou não a falásia para tentar enganar os menos avisados? Tem muitos médicos que marcam para a mesma semana, sem sequer a existência dessa resolução. Como também tem aqueles que já estão para fevereiro, março e tem até para maio de 2012. Será que esta resolução 259 vai antecipar mesmo estas consultas?! Mudo meu nome se isso ocorrer e até aceito sugestão para novo batismo.
Então por que devo acreditar que a notícia acima anunciada irá de fato garantir acesso amplo, geral e irrestrito (considerando a prescrição médica, claro) a exames do tipo Pet Scan? Imaginamos que a ANS tenha sido criada para defender os interesses dos usuários da saúde complementar - necessária diante das inúmeras barreiras que ainda persistem no SUS, apesar de todos os esforços que são empreendidos pelos gestores que tentam a todo custo garantir a universalidade do acesso aos serviços e procedimentos com qualidade. Faltam recursos financeiros na saúde e sobram para a farra dos bois na capital brasileira. Mas, voltemos ao nosso ponto da (des)crença na ANS. Assisti recentemente um dos mandarins daquela agência aconselhando a buscarmos na justiça os nossos direitos diante do seu descumprimento pelas operadoras de plano de saúde. 

O fato é que espero estar enganado, porém, o meu coração diz que ainda tem muita gente insensível à frente daquela agência responsável pela normatização desse segmento de serviços. Que venha janeiro, que venha a nova resolução, com novo rol de procedimentos e que dentro dele esteja pelo menos mais dois tipos de câncer, resta saber qual deles será: eu sou par... ímpar... já! Entendeu? Não tenho nem coragem de pedir a Deus que eu ganhe nesse jogo da sorte, se ganho, outro perde! O bom seria se todos nós ganhassemos os nossos direitos de cidadãos na integralidade, sem disputas e sem mentiras. Tenho dito. Fique com Deus! Amém.   



segunda-feira, 25 de julho de 2011

A Grande Chance

Quem algum dia recebeu um telegrama ou assistiu um programa de TV em preto e branco, certamente, deve se lembrar do saudoso Flávio Cavalcante no comando do seu programa A Grande Chance, que mais recentemente voltou ao ar tendo Gilberto Barros na sua condução. Fui buscar no nome desse programa que reflete a competição de alguns candidatos por prêmios, o título para ilustrar a postagem de hoje, por entender que estou tendo a grande chance da minha vida, cujo prêmio é o maior bem que uma pessoa pode ter - apesar de não ser para sempre - que é a vida!
Não diria que esta é a "minha última chance", longe de mim pensar em abreviar o tempo que me estar sendo destinado. Confesso porém que estamos enveredando por caminhos cuja iluminação precisa de muito gás e nenhuma lâmpada pode ser desperdiçada. Demos alguns passos dentro desse túnel e até aqui estamos pisando em terreno fértil, com a graça de Deus. Estamos quase chegando ao terceiro ciclo de uma série de doze que foram indicadas pelo oncologista. Um pequeno pit stop será feito ao término do sexto ciclo para examinar se a máquina respondeu bem ao bombardeamento. Faremos então um balanço e esperamos que os estragos no tumor venha a ser sentido de forma vantajosa para que possamos continuar insistindo em perseguir o inimigo, sem dar-lhe trégua. É, portanto, uma grande chance esta que estou tendo, não é mesmo?
Por enquanto posso dizer que as reações estão sendo suportadas confortavelmente, exceto nos cinco dias contados do início do ciclo (mais dois com bombinha e outros dois desfavoráveis), com gosto ruim na boca, intolerância a gelados, alterações no metabolismo intestinal - não sei precisar se devido a TT (retirada total da tireóide) que acarreta no consumo de hormônios artificiais ou se é mesmo em decorrência da quimio. Nunca saberei. Não tenho tempo para este tipo de investigação, quem sabe mais tarde, se Deus permitir que aconteça.
Estamos na semana livre... livre da bombinha, livre das reações... e aproveito cada momento desses como se fosse o melhor dos manjares, mesmo que tenha me afogado em algumas tarefas do trabalho que faço com todo gosto e dedicação.
Bom, deixei meu recado e aproveito para desejar que todos tenham uma excelente semana. Fiquem com Deus, sempre!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Usando a bomba de infusão

Gostaria de relatar que as sessões de quimioterapia usando a bomba de infusão, via catéter, tem evitado as velhas reações aqui já relatadas. Neste momento estou em pleno processo de absorção do coquetel, com esta são quatro sessões. Como ocorreu na primeira sessão, realizada na clínica, o processo é mais demorado - foram mais de seis horas até a última gota, quando sai de lá carregando a tira-colo o equipamento pouco maior do que o meu primeiro celular (deste ninguém se esquece... hehehehe). Se eu colocá-lo preso ao cinto vão me chamar de ultrapassado.

Os meus cabelos não cairam, pelo menos até aqui, mas já teriam partido caso estivesse usando o protocolo anterior. As taxas continuam no mesmo patamar, ainda é cedo para uma melhor avaliação e esta será feita quando completar o sexto ciclo. Neste protocolo, cada ciclo é composto por três sessões, portanto, na minha contagem estamos iniciando o segundo ciclo do tratamento, que será encerrado amanhã com a retirada do equipamento. O próximo ciclo será nos dias 02, 03 e 04 de agosto vindouro.

Estou em vias de viajar à Brasília-DF para participar de um evento relacionado com o meu plano de saúde, diante dessa possibilidade corri para olhar no calendário da viabilidade da minha ida em função das datas das sessões - ai, me comparei a uma noiva quando vai marcar a data do casamento... ou será que não tem nada a ver?  hehehehehe

Qualquer alteração no meu estado farei os devidos relatos, aconselho a provocar os seus médicos quanto a possibilidade do uso deste protocolo, se pode ser usado é melhor para o paciente só quem poderá dizer é o oncologista. Se pode, mas existe restrição na liberação do tratamento por parte da operadora do plano de saúde, o conselho é partir para garantia do direito em todas as instâncias administrativas e até recorrer ao ministério público. Repito, isso a depender da opinião médica acerca de cada caso clínico.

Assistam ao vídeo abaixo. Fiquem com Deus, amém!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Médicos ameaçam suspender atendimento

Depois da paralisação ocorrida no dia 07 de abril, por ocasião da passagem do Dia Mundial da Saúde, os médicos paulistas anunciam suspender o atendimento aos assistidos pelos planos de saúde. Aquele protesto teve abrangência nacional e teve um tempo de 24 horas, desta feita, pelo que sabemos este novo movimento ficará restrito ao estado de São Paulo, porém, como o agravante de ser por tempo indeterminado e obdecerá uma tabela dividida por especialidades, a começar pela ginecologia e obstetrícia, já a partir de 1º de setembro próximo. Por enquanto nem todos os planos de saúde terão seus assistidos sem assistência médica, foram anunciados apenas seis operadoras.
O meu plano de saúde não está entre os seis, mas nem por isso posso que estou tranquilo. É lamentável que continuem existindo este tipo de movimento no nosso país, demonstrando que as relações comerciais entre as partes ainda estão deixando a desejar. Falta entendimento mútuo.
Sou sindicalista e fui atuante ao longo de muitos anos, mesmo nunca tendo exercido qualquer cargo em diretoria sempre defendi os interesses da categoria ao qual pertenço, sem radicalismo e entendendo o momento de avançar ou de recuar, a depender da conjuntura. Também estive do outro lado da vidraça, justamente na gerência administração do plano de saúde ao que estou assistido e enfrentamos a disputa dos dois lados: o prestador querendo reajuste nas tabelas de procedimentos e os assistidos, por sua vez, exigindo atendimento com qualidade. Marquei presença também no Conselho Estadual de Representantes e tive várias intervenções nos encontros nacionais chamados para discutir melhorias no atendimento e outros assuntos relacionados com a manutenção dos nossos direitos. Para mais desses encontros que ocorrerá na metade de agosto já estou preparando a minha participação direta - estarei lá, com a graça de Deus.
Pois bem, voltei ao passado para comprovar que temos um pouco de conhecimento da causa para tratar do assunto em tela. Não tiro as razões de nenhuma categoria quando busca os seus direitos. Entretanto, o setor saúde tem as suas peculiaridades que requer que o bom senso prevaleça para evitar qualquer dano maior a saúde das pessoas que dependem da garantia do atendimento médico de forma ampla. Não podemos dizer para uma mulher não parir naquele período no qual vai perdurar o movimento ou que ela não apresente nenhuma alteração no seu estado clínico.
Sabemos que há distorções na remuneração dos procedimentos médicos, basta ver o número de consultas médicas que são realizadas por ano pelos 160 mil médicos; são mais de 223 milhões de consultas... fora os procedimentos que derivam desses atendimentos, como exames para diagnosticoterapia, dentre eles os de baixa e de alta complexidade. Isso representa uma média de mais de 1.300 consultas/médico/ano. É um osso que ninguém quer deixar de roer. Os médicos dependem da remuneração advinda dos atendimentos aos assistidos pelos planos de saúde, é uma receita líquida e certa com a qual podem contar (claro que com alguns cuidados) para honrar despesas com investimento - ou será que o brasileiro, usuário de um plano de saúde, pode dispor facilmente do valor cobrado por uma consulta particular? Pode pagar por todos os exames que lhe são solicitados? Sei que o profissional médico não tem culpa da situação social do povo com quem se relaciona, mas tem que ser chamado o feito à ordem antes da instalação do caos.
Se a remuneração paga pelas operadoras de saúde não atendem aos seus anseios, estes devem solicitar o seu desligamento de forma paulatina. É um direito que lhe assiste e o direito do usuário, o nosso direito, é ter a assistência médica pela qual desembolsa religiosamente a mensalidade que é cobrada, é uma questão de respeito e obsservância a nossa cidadania.
Vamos em frente e ver até onde isso vai chegar, torcendo para que haja um entendimento antes de começar tal movimento. Que Deus ilumine a todos! Amém!

sábado, 16 de julho de 2011

Plano de saúde recusa paciente

Recebí um e-mail de uma das minhas filhas dando conta de um caso de recusa de paciente, uma criança, por parte de um plano de saúde. O fato foi relatado pelo genitor do menor e encontra-se publicado no blog de sua autoria  (http://vidacomvictor.blogspot.com/2011/07/motivo-e-motivacao-para-lutar.html). É, sem dúvida alguma revoltante saber que as grandes corporações comerciais continuam desafiando o poder constituído e rasgando as leis na fuça de todos, contra todos, inpunemente. Primeiro ocorreu a contratação de um plano que diz ter abrangência nacional e na hora da precisão a constatação de que caiu no conto do plano - tendo então partido para o Plano B, abrandar a revolta e a indignãção e tratar de buscar outra alternativa.
Pelo visto, bateu novamente na porta errada, ali não estava escrito que eles dariam uma maçada grande até dar o veredicto da recusa, do desinteresse em ter aquela criança na lista dos seus usuários, pelo simples fato da mesma ser portador da síndrome de down. Aos olhos daquela operadora o menor João Victor não renderia lucro algum pra ela, contabilizada os futuros gastos. Petrificado ficou o pai do João, assim como deve ter ficado também a mãe de Maria, de Iracema, e de tantos outros Joãos que são agredidos diariamente quando encontram-se face a face o ultrage aos seus direitos constitucionais. Mas, nem por isso podemos ficar calados... não é porque é um assunto recorrente que devemos nos submeter e baixar a cabeça. Ao contrário, temos que falar enquanto temos forças para isso. Não podemos ficar esperando que casos como este ocorram dentro da nossa casa. Avançar na luta por conquistas é mister nosso, é dever de todo cidadão que quer de fato exercer a sua cidadania ser solidário nesta peleja.
O silêncio é uma declaração de aceitação à coisa feita. O grito de revolta deve ecoar, mesmo que de forma silenciosa como esta que estamos fazendo agora.
Fica o caso contado para reflexão de quantos precisam e de encorajamento para outros que ainda temem em defender os seus direitos, conquistados a duras contas. Um abraço, fiquem com Deus!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Turista em Maceió

Olá Pessoal, passei por aqui hoje para dizer que estou turistando na capital alagoana, a charmosa Maceió. Pena que o tempo não esteja para praia, por aqui, assim como em João Pessoa tem sido de dias chuvosos o que nos afasta da orla. Pelo menos fico distante do mar, não pelo vento frio que vem mais pela falta de atrativo nesses momentos.
Dirigi por mais de cinco horas devido ao estado lamentável de determinados trechos da estrada, o que força a diminuir a velocidade média. Não compreendo como o governo faz pouco caso com as estradas brasileiras, apesar do grande volume de dinheiro que pagamos no momento da renovação do licenciamento dos nossos veículos. Para onde vai toda essa dinheirama? Acho que está sendo enterrada em alguma obra particular das pessoas que pagamos para serem responsáveis pela pasta ministerial referente ao setor transporte. Basta acompanhar os noticiários para confirmar que desviaram mais de 600 milhões de reais que estariam disponíveis para a manutenção das nossas rodovias.
É dura a vida de turista, quando resolve colocar o seu carro para rodar Brasil afora! Por mais desapego ao bem material, fica sempre o ressentimento quando caimos num buraco e sentimos o reflexo na suspensão, no alinhamento da direção e no fundo do bolso.
Bom, ficarei por aqui até o próximo domingo quando retornarei pra casa levando o carro na cabeça... ou embarcado na cegonha, assim nascerei novamente quando estiver chegando em casa. Prefiro a segunda opção, até por que tem as malas cheias de medicamentos que aumentam muito o peso da bagagem. É isso, passei para deixar notícias minhas e acabei falando mal do governo... é que não resisto a tanta bangunça administrativa orquestrada por pessoas mal intencionadas que se apoderaram do poder.
Chega.... vou estacionar o teclado enquanto me resta forças para manobrá-lo. Saúde para todos, fiquem com Deus e bom final de semana.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

OFF PROTOCOL

Posso parecer um noveleiro de carteirinha, mas não é verdade. Gosto de ver cenas soltas e quando o assunto interessa fixo a atenção para uma compreensão melhor. E foi justamente um desses assuntos que chamou a minha atenção neste final de tarde no programa Malhação. Apesar da maioria do conteúdo desse folhetim não ter nenhum ou quase nenhum valor que possa ser agregado ao conhecimento humano, vez por outra nos surpreendemos com determinadas abordagens. No caso, trata-se  de uma personagem em tratamento contra câncer de mama. O diálogo dela com a sua médica aguçou a minha curiosidade e me levou a uma rápida pesquisa na Internet.
Segundo extrai da conversa a paciente indagava sobre o tratamento experimental com as drogas fora dos protocolos praticados, o que no inglês representa o título desta postagem - off protocol! Cá com os meus botões fico a pensar se vale a pena arriscar por esse caminho desconhecido, caso nos fosse dada esta oportunidade.
Encontrei no site http://www.medcenter.com/medscape/content.aspx?id=22698&langtype=1046 alguns dados interessantes, dando conta de bem mais do que eu imaginava estar ocorrendo no mundo afora no campo do tratamento oncológico. Entretanto, volto a repetir, não sei se valeria a pena recorrer aos protocolos ainda não comprovados.
Ora, considerando que o tratamento devidamente protocolado deixa bastante incômodos, apesar do avanço considerável nas drogas coadjuvantes atuando no sentindo de minimizar estes efeitos indesejados, imagine testar drogas com quase nenhum conhecimento do que possa acarretar. Não sei se esse é um pensamento egoísta ou de defesa natural pela vida. Tem momentos na nossa vida que temos que tomar decisões nunca então pensadas, mas isso ocorre em situações sob extrema pressão. O que não é ainda o meu caso. Portanto, prefiro a comodidade do certo pela incerteza do duvidoso, mesmo que isso venha com as complicações naturais - para as quais estou preparado ou pelo menos penso estar!
Eu e uma legião de pessoas, muitas delas seguidoras deste blog, bem sabe o que passamos desde que nos deparamos com esta dura realidade. Muita coisa mudou de verdade, tornando-se um divisor de águas. Nada mais volta a ser como era dantes. Nem o comportamento solidário das pessoas diminui os sintomas e as querelas que sentimos. Acho que já esqueci de como era a minha vida de outrora, agora estou vivendo outros momentos e vendo a vida de outra forma.
Metabolicamente falando tem ocorrido uma mudança radical, sons estranhos denunciam o funcionamento dos órgãos internos, alteração de humor, pressão na região abdominal e outras incidências que incomodam muito.
Mas quer saber? Nada disso impede a vida de continuar... e a vontade de superar todos esses obstáculos é maior que tudo, pois posso contar com a minha Fé em Deus! E nas palavras de encorajamento que tenho recebido com o coração aberto. A todos, desejo um bom início de semana! Fiquem com Deus! 

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Desacorrentado

Depois de três dias acorrentado ao equipamento, hoje sinto-me outro homem! Não posso dizer jamais que sentirei saudades, até porque muito em breve estaremos juntinhos novamente. O intervalo será de apenas 12 dias. Claro que aproveitarei ao máximo estes dias, apesar de que o tempo parece voar quando queremos que ele pare e vice-versa.
Respondendo à minha amiga Cida, posso dizer que apesar de tudo a relação com a bombinha foi amistosa, principalmente pela esperança depositada nesta nova conduta no tratamento. Não chega a ser a última hipótese, nem quero pensar assim, mas vejo a coisa como uma das alternativas disponível neste momento e estamos apostando as nossas fichas, desejando que ocorra a redução significativa do tumor. Como todos sabem, longe de mim pensar no pior ou na hipótese de não termos mais no que apostar. Enquanto vida houver, a chama da esperança estará acesa mostrando todos os caminhos a serem seguidos.
Quanto ao tratamento em si, estou me sentindo bem nestas primeiras horas com as novas substâncias quimioterápicas. Até o momento o dissabor na boca da própria saliva, engrossada, torna os alimentos um tanto desagradáveis, afetando portanto o paladar. Coisas geladas estão sendo evitadas, o que torna ainda pior deglutir as guloseimas ou mesmo beber o líquido precioso que é a água.
Sei da força que vem de cada um dos amigos e dela sirvo-me com gosto, alimentando-me da certeza de que existem pessoas, mesmo "anônimas" torcendo por mim e eu por elas. E a cada uma dessas pessoas quero agradecer do fundo do meu coração, pedindo ao Papai do Céu que nos proteja sempre. Amém! 

terça-feira, 5 de julho de 2011

Homem bomba

Conforme prometido eis a foto da bomba de
infusão para uso de quimioterápicos.
Ontem, quando entrou em vigência alterações no Código Penal Brasileiro permitindo a utilização de equipamentos eletrônicos, como pulseira ou tornozeleira, para monitorar presos menos perigosos à socidade, recebi a bomba de infusão que estará literalmente ao meu lado durante 48 horas, dando-me a oportunidade de vivenciar a vida com certa limitação de movimentos. Tudo é experiência de vida e dela extraímos as suas razões de ser, mesmo que não seja neste plano do mundo em que vivemos.
No meu caso, este equipamento está abastecendo, através do catéter, o complemento do coquetel de medicações que comecei a tomar ontem. Foram seis longas horas tomando as medicações de forma alternada, primeiro soro fisiológico para lavar o catéter, depois medicação para evitar enjoos até chegar a atriz principal deste elenco, cujo show demora exatas duas horas cotejando, pingo a pingo. Não cito os nomes das drogas para evitar comparações, lembrando que tudo depende de cada caso. Assim creio estar evitando que quem esteja passando por situações "semelhantes" a minha fique se indagando se estão fazendo o tratamento certo. Confie no seu médico, assim confio de olhos fechados em todos os profissionais médicos até aqui envolvidos no meu tratamento. Em panela que muitos mexem acabam desadando o sabor, ou fica salgado ou insoso.
Então, o que falar desse novo modus operandi para matar essa bicharada danosa? Posso dizer que sai da clínica bem mais disposto do que das vezes anteriores, apesar da fome (lá eles servem lanche) e hoje, depois de uma noite dividindo o meu lado da cama com a bombinha - veja a forma carinhosa com que passei a tratá-la - não foi muito dificil, o som de alerta ouvido constantemente não chega a ser comparado com o som do ronco. Todas as vezes que mudava de ladinho tinha que lembrar dela e a passava por cima de mim, bem devagar para não acordá-la. Acho que estamos nos entendemos muito bem. Logo mais deverei retornar à clinica para fazer o pit stop, o reabastecimento do coquetel é necessário considerando que o seu reservatório não tem tamanho suficiente para passar o tempo indicado. Estou monitorando e a danada já bebeu 70% do volume total em pouco mais de 15 horas. É comilona mesmo ou bebelona? O pit stop está previsto para ser feito em até meia hora, perdendo de longe para o tempo da pior equipe de formúla 1...
Enquanto faço esta postagem foram mais 2% veia (sem acento mesmo) adentro do coquetel ambulante!
Fique com Deus, pois com ele sempre estou.

NOTA: Este blog publicou uma postagem mostrando uma matéria veiculada no Jornal Diário de Pernambuco (Recife, sábado, 25 de junho de 2011), isto no dia seguinte que a li, enquanto somente ontem (04 de julho) o Jornal Nacional da poderosa Rede Globo acordou para o assunto e divulgou a sua versão sobre o assunto. Acho que a equipe daquele jornal televisivo precisa estar mais antenado, literalmente, nas coisas que acontecem, principalmente quando são referidas às questões de saúde pública. Se fosse uma matéria sobre de crime de homicídio ou sobre as tragédias que ocorrem no dia a dia, teria ocupado espaço naquele canal durante semanas...

domingo, 3 de julho de 2011

Comunidade Servos de Maria do Coração de Jesus

Resolvi passar o final de semana de forma bem diferente, então pensei que poderia procurar um local bem tranquilo para repousar e descansar a mente, já que o corpo não anda muito cansado mesmo. Lembrei de uma comunidade que há muito ouvi falar e, mais recentemente, pelos relatos do meu irmão que esteve lá com a minha cunhada, tendo levado os nossos pais para conhecer o local num dos últimos domingos de maio passado. Então, cuidei de convidá-los para retornar à comunidade, dessa vez para pernoitar de ontem pra hoje, Fomos, eu, Jacqueline, Evaldo, Vilma, Papai, Mamãe, Socorrinha e Zenilde.
Trata-se de uma comunidade católica fundada, em 1997, por um casal de empresários (chamados Mãezinha e Paizinho), juntamente com um Padre (Lorenzo) e uma Irmã (Betina), com o objetivo de dar evangelizar, levando a palavra de Deus aos mais longíquos lugares. Literalmente eles estão chegando longe mesmo, estão presentes na Itália, Panamá, México, Colômbia e outros, vão muito mais além ainda, com a graça de Deus.
Coincidentemente estava acontecendo um retiro espiritual, com a presença de mais de 200 (duzentas) pessoas, de diferentes cidades do estado e de outros vizinhos deste. A maioria composta por jovens, moças e rapazes. Mesmo assim, com a intervenção de Deus consegui garantir acomodações em quatro apartamentos, depois de ter falado, por telefone, com a irmã Betina sobre a minha pretensão de ir em busca de um local tranquilo e, portanto, aprazível, necessário para quem está às vésperas de novo recomeço com a quimioterapia. 
O local em si é muito bonito, está localizado a poucos quilômetros do centro de João Pessoa, no município do Conde, não sei precisar qual é a área total do terreno, mas sei dizer que é muito grande e ainda conserva mata nativa conforme pode ser vista no vídeo que editei para marcar este momento de encontro com Jesus. É tudo muito simples e organizado, limpeza total em todos os ambientes. Não tem luxo, mas encontramos calor humano nas pessoas que nos cercaram, desde o primeiro instante até a nossa saída. Antes de ir arguí sobre o que devia levar na bagagem e o que não podia. Devemos levar nosso material de higiene pessoal, incluindo roupa de cama e toalha. Não tem televisão nos apartamentos e nem podemos levar de casa; não tem frigobar, usamos uma geladeira na copa da ala que nos hospedamos; não tem telefone, só os celulares que só funcionam debaixo de um poste ou por mera sorte quando afastados desse bendito pescoçudo! O preço da diária (R$ 45,00 por cada apartamento, para duas pessoas) garante  as três refeições, café, almoço e jantar. Claro que o sistema está isento de desperdícios e para isso necessário que tenha uma equipe para servir as porções que são disponibilizadas para cada um. Como disse, nada de luxo. Tudo na simplicidade que a vida merece, os homens é que sofisticaram as relações entre si e resultou nesta competivididade desenfreada e maléfica.
No café da manhã de hoje, tive a oportunidade de poder conversar com a irmã Betina, como disse acima ela é co-fundadora da comunidade. É uma mulher alemã, muito simpática e sábia nas suas palavras ao justificar as atividades da comunidade. Ela nos disse, uma coisa que achei muito interessante e logo concordei com o que ouvia. Na verdade é a questão da dualidade, do aceso e do apagado, falava ela que o homem confronta sempre com as coisas de Deus. E que a comunidade trata do resgate dessas pessoas que atendem ao chamamento divino, dando-lhe condições de cumprir a missão de cada uma delas.
Fiz um vídeo e agora estou postando para que conheçam pelo menos as imagens do local, para que possam atrair as pessoas daqui de perto para irem in loco conferir.

sábado, 2 de julho de 2011

São João no Recife 2011

Somente hoje pude me dedicar a editar o vídeo do São João que passamos na cidade do Recife, com parte da família reunida. Não apareço em nenhuma das imagens por duas razões: estou filmando e a segunda e mais importante não gosto de ser filmado nem fotografado.

Veja o vídeo abaixo: