quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Feliz 2010

Hoje é o último dia do ano. Para muita gente será o dia de fazer o balanço das coisas que aconteceram ao longo do ano, para descartar as ruins e esperar repetir as coisas boas no próximo ano. Tradicionalmente teremos a Maratona de São Silvestre, uma grande corrida na cidade de São Paulo que tem marcado o encerramento do ano esportivo aqui no Brasil, cujo vencedor tem sido, naturalmente, um grande atleta de âmbito internacional. Apesar de ser um evento de grande porte, para os grandes vencedores, nesta competição é permitida a inscrição de todo tipo de gente, atleta ou não, pessoas comuns que querem apenas ter a oportunidade de estar ali participando - mesmo sem ter a mínima chance de vencer e muitas nem chegam a concluir o seu percurso total, pela fadiga do esforço para vencer aqueles quilômetros de pista.

Diante das características de uma maratona podemos fazer um paralelo com a nossa vida. Em muitos momentos nos deparamos competindo com alguém, seja realizando provas escolares, vestibulares, concursos públicos, enfim, numa gama de atividades que é uma verdadeira maratona a ser vencida. Muitas vezes tendo que superar metas no trabalho, apresentando resultados positivos.Não podemos fugir disso, é a realidade dos nossos dias.
O início de um novo ano pode ser pensado como início de uma grande prova de resistência, assim como o é numa maratona esportiva. Desejamos participar e superar as nossas limitações, esperando cruzar a linha de chegada. Para muitos, nem precisa ser em primeiro lugar... a oportunidade de participar já é uma grande vitória! É o caso de pessoas com enfermidades, de pessoas que estão debilitadas física e/ou emocionalmente e que estão fazendo parte da sua própria torcida para esta jornada que se avizinha. Os quilômetros a serem vencidos na São Silvetres são pensados como sendo dias, meses ou mais um ano de vida para estas pessoas!
Quando estamos bem de saúde não nos damos conta da importância que é o viver! Não percebemos na simplicidade das coisas nenhum valor, mas é ali mesmo, nas coisas mais simples, que encontramos o verdadeiro ouro. O significado da vida.
Dentro da visão de que a vida pode ser comparada a uma maratona, aproveitarei este meu espaço para chegar até você uma mensagem que recebi na minha caixa postal eletrônica. Não sei a sua autoria, nem veracidade, mas é a segunda vez que a recebo. Segue abaixo transcrita.

ESPÍRITOS EVOLUÍDOS

"Há alguns anos, nas olimpíadas especiais de Seattle, nove participantes, todos com deficiência mental, alinharam-se para a largada da corrida dos 100 metros rasos. Ao sinal, todos partiram, não exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar.

Um dos garotos tropeçou no asfalto, caiu e começou a chorar. Os outros oito ouviram o choro. Diminuíram o passo e olharam para trás. Então viraram e voltaram. Todos eles.

Uma das meninas com Síndrome de Down ajoelhou, deu um beijo no garoto e disse:

- Pronto, agora vai sarar!

E todos os noves competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada..

O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram muitos minutos...

Talvez os atletas fossem deficientes mentais... Mas com certeza, não eram deficientes espirituais..."

MORAL DA HISTÓRIA:

"O que importa nesta vida, mais do que ganhar sozinho é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique ter que diminuir os nossos passos..."

UM CONSELHO:
Procure ser uma pessoa de valor, em vez de procurar ser uma pessoa de sucesso...

Como disse Albert Einstein: O sucesso é consequência!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Olhando para trás

Hoje às vésperas de mais uma virada no calendário aproveito para olhar para trás. Muitas foram as experiências, os momentos vividos ao longo dessas cinco décadas. É pena que os momentos vividos durante a infância ficaram mais escuros na minha mente, só consigo lembrar do meu sexto aniversário - festejado dentro de um quartel na cidade do Rio de Janeiro. Depois fiquei sabendo a razão de ter estado ali naquele ano, naturalmente o motivo estava ligado ao trabalho do meu pai. Foi um ano de dificuldades, mas não tive nenhuma percepção do que estava se passando de verdade. Lembro também da viagem de avião, regressando a minha terra natal, Teresina-PI. Eu era uma criança.
Depois, ainda criança, porém um pouco mais crescida foi a vez de me afastar dos meus avós maternos e paternos para vir morar aqui em João Pessoa-PB. Eu tinha nove anos de idade. Tudo era novidade, a cidade nova, casa nova, escola nova e amigos novos. Deste tempo ainda conservo a amizade com os membros de duas famílias recheiadas de filhos, o que resulta num grande número de amigos de infância. Estudávamos na mesma escola e morávamos na mesma rua. Nossos pais trabalhavam no mesmo local. Crescemos juntos, hoje somos os pais de família! Aqui e acolá sabemos notícias de um e de outro.
Veio a adolescência e com ela as férias passaram a ter sabor, afinal passamos a ter consciência do que são estes momentos de recesso escolar. Com as férias vieram as viagens para visitar os meus avós que continuaram morando no Piauí. Posso dizer que dentre os meus irmãos eu fui mais contemplados mais vezes com estas viagens. Na maioria das vezes ia e voltava sozinho, eu topava tudo para repetir. Ia para o aeroporto em busca de voar nos aviões da FAB, o que quase sempre dava certo. Uma ou outra vez falhou, lembro de ter ajudado a colocar a mala de uma passageira no interior do pequeno avião que acabou ocupando o meu lugar... e eu retornando para casa frustrado por não ter embarcado. Lembro de ter embarcado em Teresina voltando para casa, só com a roupa do corpo e quando o avião iniciou o procedimento de decolagem, já taxiando na pista, retornou para pegar a minha mala que acabara de ser levada para o aeroporto pelos meus primos! Na verdade, acho que foi a minha primeira tomada de decisão na vida: embarcar sem mala e garantir a viagem ou ficar esperando a mala arriscando perder o voo?! Resolvi embarcar, com o pensamento lógico: estava voltando para casa! Tudo ficaria resolvido. É a certeza de que na casa dos nossos pais encontramos, muitas vezes, o porto seguro.
Lembro também da vez que retornando de ônibus, estrada no barro, muita lama, atoleiros, carros quebrados ao longo da estrada, inclusive o nosso ônibus... uma viagem que fugiu do controle em questão de tempo e que deixou muita gente preocupada (não tinha muitos meios de comunicação).
Bom, olhando para trás até esse momento, posso dizer que daria tudo para poder repetir todos aqueles momentos... na impossibilidade, revivo cada um deles na minha mente saudosa!
O mesmo posso dizer do período pós-adolescência, quando bati asas para longe dos meus pais em busca da realização profissional... o que acabou sendo retardado e retornei para casa, após quase três anos ausente estudando na cidade de Campinas-SP. Também repetiria aqueles momentos, só não sei se daria um desfecho diferente do que foi dado na verdade. É uma coisa que não saberei nunca a resposta. Ms não me arrependo da decisão de sair daquela escola. O regresso para casa permitiu ver as coisas de ângulo diferente e naturalmente a vida foi retomada de forma natural e como tal vieram novas pessoas para perto de mim. Eu já era mais um jovem aborrecente, apesar de fazer muita gente ficar com raiva das minhas brincadeiras... Os interesses passaram a ser outros, a relação social ficava mais refinada. Frequentava festas, participava de comemorações de final de ano, tinha apito para perturbar as pessoas nos bailes de revellion... Conheci o amor! Estava crescido e não olhava para trás com intensidade. A vida era ali, naquele momento e vivê-la era o que importava. E ainda bem que foi assim.
Discorrer sobre tudo que vivenciei daria certamente um livro, então resumirei afirmando que de nada me arrependo, por ter feito ou deixado de fazer. E o saldo resulta em felicidade. Posso dizer que apesar de tudo que estou passando atualmente, me considero uma pessoa de sorte! Sou feliz.
Encerro este post, como sempre, com um desejo: Fiquem com Deus!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

A ceia

No momento da minha alta hospitalar faltava pouco mais de oito dias para o momento de hoje, dia de Natal, e foi pensando na ceia da noite de ontem que lembrei de perguntar ao médico se eu poderia comer uma fatia do queijo de reino. Lembro que ele respondeu com uma frase de esperança, mas deixou mesmo para liberar a dieta somente durante a primeira revisão médica no seu consultório. Pois bem, o Dr. Cássio liberou a dieta e quanto a  minha pergunta relativa as guloseimas da ceia natalina foi taxativo: comer pode, sem excessos! E assim foi durante a noite de ontem.
Participei da ceia natalina organizada na casa dos meus pais, quando reunimos os nossos familiares e amigos. Estavam todos lá, exceto a minha irmã, filho e nora que encontram-se de viagem pela Europa. Coisa chique, não? Para o meu sobrinho estas viagens ao exterior tem sido uma constante, por conta do trabalho dele e agora estão usufruindo de momentos de laser. Merecem.
Bom, voltando ao reino dos comuns, saboreie bons petiscos e muita fruta. Não abusei, pensando nas palavras do médico. Fiquei na casa dos meues pais até pouco depois da meia-noite. Dormi bem e amanheci disposto, sem nenhum intercorrência, sem nenhuma anormalidade no metabolismo do que foi posto pra dentro ontem a noite. Isso tudo agradeço a Deus, pela minha recuperação e poder está participando da vida normalmente, mesmo que seja com algumas restrições, com algumas delimitações e com perda da liberdade de movimento pleno. Mas, estou dando podendo dar graças ao que está ao meu alcanse, ao que estou podendo dispor e fazer - e não é pouco, se comparado com situações outras que sabemos ocorrer nesta vida. O meu estado é de alegria e confiança. Fiquem com Deus!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

As últimas

Ontem fui ao médico para uma segunda revisão do pós-operatório quando foram retirados os últimos pontos que ainda tinham ficado. Levei resultado de exame de sangue que tinha feito no dia anterior e diante do resultado, uma discreta anemia, foi prescrito o uso de medicamento a base de ferro o Noripurum fólico. Usei este danado no pós-operatório do ano passado e provocou uma séria prisão de ventre que culminou num parto doloroso, quando consegui evacuar o que ele estava retendo. No tópico Confesso da comunidade do orkut eu colocaria que "estou com medo de tomar o noripurum". Mas devemos tirar proveito de todas as experiências, e como já conheço o efeito colateral do medicamento, o jeito é tomá-lo e ao longo do dia comer frutas laxantes, como manga (tá na época), laranja e mamão. Amanhã de manhã veremos quem venceu!
Pois é, fora esta minha preocupação nenhuma outra situação está me incomodando. A cicatrização está ocorrendo da melhor maneira e sinto-me bem tranquilo emocionalmente. Um pouco ansioso para receber o resultado da biópsia do material retirado na cirurgia, que sairá no dia 08 de janeiro. Não estou fazendo disso um bicho, ao contrário, estou entregando como sempre faço nas mãos de Deus, quem realmente sabe do nosso futuro, da nossa vida.
Para aqueles que esperavam notícias minhas, são estas, portanto, que estão sendo postadas neste momento.

Abro um espaço agora para falar que resolvi criar um segundo blog, no qual publicarei minhas opiniões e de terceiros acerca da vida. Um blog para encontrar textos que levem a reflexão do pensamento e, como este, está aberto a críticas, sugestões e comentários de quaisquer natureza.
O endereço do blog é http://vivendoavidaagora.blogspot.com/ 
Feliz Natal para todos! Fiquem com Deus!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Retornando ao momento da cirurgia

Os momentos que antecederam esta última cirurgia foi relatado em parte no post do dia 10, mas resolvi retomar ao tema devido as situações que ficaram de fora do relato. Bom, de início estranhei a chegada de uma cadeira de rodas, ao invés de uma maca, para o transporte até o bloco cirúrgico. Se estranhei o deslocamento imagine a forma como entrei no bloco cirúrgico... Caminhando mesmo, rumo ao centro da sala, para a mesa cirúrgica. Calçava luvas descartáveis e o modelito charmoso da ocasião. Achei muito estranho tudo aquilo que estava acontecendo, mas não constestei, tratei de gravar tbem na minha mente até o momento derradeiro de lucidez. E foi assim.
Fui recepcionado na entrada do bloco e levada a mesa, deitei sobre a mesma e as luzes do foco cirúrgico logo foram acesas, creio que num tom menor que o utilizado durante o ato. Os meus braços foram apoiados sobre talas rígidas que passavam por baixo das minhas costas - uma de cada lado. A posição final pode ser comparada com a de Jesus na cruz, salvadas as proporções, o exemplo foi só para que possa ser melhor visualizada a posição na qual fui colocado. No bloco já se encontrava também o médico anestesista que tratou das providências iniciais. Não consigo precisar o tempo que fiquei ali, assistindo a toda aquela ritualística até apagar pelo efeito da anestesia, mas lembro da dor nas costas quando fui picado para receber o anestésico.
Graças a Deus estou aqui contando a história, que não ficou esquecida. Fiquem com Deus! 

Revisão médica

Estou no consultório do cirurgião para a primeira avaliação pós-operatório,  o sentimento é de muita ansiedade. Estou com humor péssimo, acho que devido as dores que tenho sentido na altura do ombro desde que tive alta do hospital. Uma dor interessante, não fosse mais ainda incômoda, ela oscila entre o abdomen e o ombro. É como se o meu toráx fosse uma mesa de ping pong e a dor a bolinha... a dor vai de cima abaixo, incrível. Isso tem me deixado muito preocupado e acaba externando num comportamento hostil. Não gosto disso. É preciso muita compreensão para entender o que estou passando neste momento. A cicatrização está ocorrendo da melhor forma, sem intercorrências, mas sinto como se estivesse tendo o abdomen esticado, pressionado... Será que é normal?! Claro que vou perguntar ao médico.
Logo mais sei que passarei por situações mais incômodas que a própria cirurgia... afinal, lá eu estava anestesiado... para a retirada dos pontos vou estar acordado e é ai que a coisa pega! Dói só de pensar nesse momento. Vou pedir para que seja dado um porre anestésico!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Vaidade e a falta de tempo

Outro dia solicitei das pessoas que estão sempre este blog textos para serem publicados aqui, considerando que há muito tenho mudado o foco inicial das minhas escritas, numa demonstração de que estou 'vivendo' todos os momentos da minha vida da maneira que estou podendo sem ficar focado na doença que também é real, embora acreditando na misericórida divina de que o 'meu tempo' não ainda está delimitado.
Pois bem, tenho recebido vários textos - um deles já foi postado aqui - e hoje recebi  um texto de autoria do Rubem Alves, achei-o super interessante e cabe bem no contexto desse final de ano, quando para muita gente é um momento de prestação de contas, participações em reuniões de trabalho e em muitas dessas pessoas aflora o sentimento da vaidade, do querer mostrar a sua superioridade nas tarefas desenvolvidas ao longo do ano que está terminando. Outras pessoas surgem com idéias mirabolantes a serem executadas a partir do próximo ano. E por ai vai.
O texto cabe também para as demais pessoas, independentemente de estarem envolvidas com esse tipo de atividade a que me referi acima. O Tempo e as Jabuticabas é um presente para os que gostam de textos(1) para reflexão.

O TEMPO E AS JABUTICABAS

'Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio. Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de 'confrontação', onde 'tiramos fatos a limpo'. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado do que é justo.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.' O essencial faz a vida valer a pena.
Rubem Alves

(1) Enviado por Vânia Sueli

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Um novo dia

Depois de muito tempo madruguei de verdade, levantei-me antes do amanhecer. Para Jack, minha esposa, eu estava inquieto e isso a deixou preocupado, para mim era ansiedade por mais uma experiência na minha vida. Ver o sol brilhar, as suas primeiras luzes atravessando a janela - a sua claridade dando brilho às coisas do quarto, já é o bastante para o prenúncio de um novo dia. Um aviso da chegada do astro rei com a sua importância suprema para a continuidade da vida. É isso que significa o raiar do sol e muito mais. É a certeza de que vencemos a escuridão e que um novo ciclo irá se completar, isso é vida!


Diariamente ele tem surgido nas nossas vidas e muitas vezes não temos a capacidade de absorver esta realidade e não lhe damos o devido valor. É preciso estar acamados, isolados para percebermos a sua verdadeira harmonia com o resto do planeta. Ele arde e queima na dose certa, se temos insolação é pelo uso indevido dos seus raios (atualmente várias são as campanhas de conscientização que nos dão conta disso). O sol é vida.

Além de ser muito poético este momento, pode marcar o início de relacionamentos, quando a noite não basta para os oferecimentos das coisas da natureza espera-se pelo sol - para dizer a pessoa amada o quão ardente será a paixão daqueles dias que virão. Há que ser também o fim dos conflitos noturnos, quando vem a calmaria para embalar e conciliar. Enfim, o novo dia é sempre motivo para festejos e comemorações - todos os dias. Assim como se toca o Bolero de Ravel na sua despedida vespertina, deveria ter as mesmas notas entoadas no seu retorno.

Aproveito este meu momento apaixonante pela vida para dizer quanto estou feliz por poder participar da sua chegada, da sua recepção, mesmo que anônima, no palco chamado vida. Astro rei, rei da natureza, seja bem vindo e aqueça com o seu calor suave todos nós passageiros da Terra. Fiquem com Deus!

A foto foi feita em 2005, numa viagem de retorno de Teresina-PI, em companhia do meu primo Jesus e dos meus pais, Raimundo e Dilma. (Não deu para evitar o fio da rede elétrica...)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Flagrante da vida real

A foto abaixo mostra duas situações simultâneas de atendimento... verificação de pressão e uma sessão de fisioterapia respiratória, Jordânia e Danielly, repectivamente.

O tempo parou

Estou há duas horas olhando para a porta do quarto, esperando que ela se abra para  a entrada do Dr. Cássio... com ele vem a minha alta hospitalar! Parece que tudo está torcendo contrário ou é simplesmentre a força da ansiedade que parece mover os ponteiros do relógio para trás. Preciso ter paciência, mas não sei ode buscá-la mais. Já fiz de tudo que um internado pode fazer: andei pelos correrdores, sentei na cama, sentei na poltrona... já tomei banho e nada. O tempo parou mesmo ou será que a demora está sendo real? Durante o banho faltou água... tive que retirar o sabão com água aparada e um pouco da geladera. Frummmm que frio danado fez aqquele pouco dágua sobre as minhas partes desprotegidas, gelada demais para a ocasião e tudo encolheu mais ainda. Uma graça, pensei que tinha ficado eunuco! Se bem que nunca vi um eunuco de verdade, nem quero ver. Mas tudo bem, tenho o meu notebook, confidente fiel e que tem guardado todos os meus segredos. Só revela para duas pessoas: Deus e o mundo! É para isso que serve que este blog, para regisrtar tudo aquilo que estamos sentindo e passando momento vou parar de escrever, chegou a enfermeira para fazer os curativos... nem sei porque esteO nome afinal a cirurgia é no fígado, deveria ser figurativo! Dá para entender?  Fiquem com Deus!

Pronto, já fiz o curativo mesmo... este nome é dado para qualquer tratamento de ferimentos não dependente da parte do corpo, bem que poderia ser diferente e mais explícito. Tudo bem! Nem sinal so Dr. Cássio, será que ele esqueceu de mim? Vai me manter aqui por mais tempo? Acho que não, a enfermeira (Jordânia) retornou com a medicamentação dipirona - creio que seja a última dose aqui no hospital. Ei acabou de chegar a fisioterapeuta (Danielly)para mais uma sessão, vou suspender para iniciar a sessão de hoje. Até mais tarde. Fiquem com Deus!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Ainda no Hospital

Segunda-feira, cinco dias aoós a cirurgia e ainda me encontro internado. Recebendo medicamento pela veia, fazendo fisioterapia respiratória para evitar acúmulo de secreções nos pulmões. Estou com aparência saudável, no falar das pessoas que me visitam e mesmo na falad o médico. Alta prevista para ocorrer amanhã, a ansiedade é cada vez maior e as noites mal dormidas têm sido uma constante pelos icômodos do dreno e do soro que continuo tomando. Alimentação é aquela já conhecida por todos, sem, sam sabor o que torna a descida mais difícil. Mas estou tentando.
Fiquem com Deus!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Bye, bye UTI

Dois dias e duas noites na UTI para  dar início ao pós-operatório. Não foi igual a das vezes anteriores, algumas coisas foram melhores outras do mesmo nível de dificuldades que foram superadas igualmente. Também teve seu lado hilárico, partindo de uma senhora de meia idade que não chamava pelos intensivistas, simplesmente gritava os seus nomes. Parecia que conhecia a todos, já se considerava de casa. Mas isso incomodava, não conseguia dormir, não conseguia sequer relaxar um pouco e o tempo não passava! A ansiedade aumentava a cada momento, acho que temendo ficar mais que as 48 horas previstas, mas graças a Deus foi esse o tempo que fiquei na UTI. Desta vez a enfermeira teimava em querer tirar a minha barba, alegando que eu ficaria mais jovem e mais bonito. Jovem serei sempre, o bonito depende de quem me olha! Portanto, não me convenceu e nem poderia - afinal são trinta anos de convivência.
Nunca tinha me visto dentro de uma fralda, ficou um modelito chocante, só não quero ter que usar novamente.
Estou agora no apartamento, não é o mesmo de quando me internei na quarta-feira passada é pouco menor. Deu para rececpcionar bem as pessoas que aqui já chegaram: Mamãe, Papai, Priscila, Pollyana, Rômulo, D. Geronce, Socorrinha, Cristiane, Larissa, Sérgio, Matheus, Thiago, Evaldo e Zenilde... quase todos ao mesmo tempo... uma farra mesmo de carinho e de afeto, na dosagem certa do amor que reina entre nós.

Telefonemas e Comentários

Vale registrar os inúmeros telefonemas que recebi desde o momento da internação, continuando durante a temporada na UTI, este recebidos por Jack ou Priscila, já que estavam de plantão no hospital. Pela primiera vez recebi comentário de uma pessoa além das nossas fronteiras geográficas, foi da Cristina que mora em  Portugal, obrigado a todos vocês! Beijos no coração.

Fiquem com Deus!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Amanhecer hospitalar

Bom diaaaaaaaaaaaaaa.... Depois de muito tempo estou amanhecendo o dia dentro de um hospital. Levantei cedo, fui ao banheiro para a higienização matinal, o intestino funcionou como todos os dias e ao escovar os dentes pensei: "bem que poderia estar num hotel fazenda ou numa pousada à beira-mar!" Bom, a realidade é esta mesma - estou internado e não hospedado, apesar de que os hospitais também têm o serviço de hotelaria. Insossa, é verdade, mas tem! E eu não estou na condição de hóspede, sou um paciente. O que me faz pensar no significado dessa palavra e me vem a pergunta: será que todos os pacientes são calmos, quietos? Descobri que um dos significados para "paciente" é "a pessoa em que se pratica uma operação cirúrgica", pode ser ainda "pessoa enquanto na dependência do médico".
Então, posso dizer que neste momento estou satisfazendo aos conceitos de ser paciente. Seja pela minha calma, pelo meu estado de quietude ou, no último caso, pela definização encontrada nos dicionários.
Pollyana acaba de chegar, pelo visto madrugou mesmo... logo ela que gosta de dormir muito, tadinha ter que vir logo cedinho assim! Ontem, recebi a visita do papai e da mamãe, acompanhados pelo meu irmão Evandro (Sirlânia veio também mas não deu para entrar), em seguida foi a vez de Priscila chegar. Mais tarde estavam aqui, além dos já citados, a minha cunhada Siliu e Nonato e a minha irmã Socorro. No post anterior está dito que o apartamento é grande, por isso coube todos juntos. Faltou apenas os comes e bebes e um som para alegrar a noite. Registre-se que Priscila foi a última a sair.
Vou parar por aqui para dar atenção a Pollyana, voltarei a postar assim que puder segurar novamente o notebook ou me sentar diante do micro. Plagiando a Ludmila Rohr, Nomastê! Fiquem com Deus!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Internado

Pela primeira vez estou escrevendo diretamente do hospital, mais precisamente deitado sobre uma cama fawler (tipo de cama específica para enfermos), hidráulica, isto é, inclinação dos pés e da cabeça apertando botões, chique de doer. O apartamento é enorme, equipado com televisão de LCD de 32 polegadas, muito confortável. Quisera que todo este conforto fosse extensivo aos demais enfermos que estão internados nos hospitais desse Brasil. Certamente que a doença seria mais fácil de ser encarada se a certeza de um bom atendimento estivesse no juízo das pessoas. Mas nem tudo é um mar de rosas, como possam está imaginando.
Neste momento paira no ar a incerteza da realização do procedimento cirúrgico - razão da minha presença aqui neste momento - a dúvida é devido a falta de autorização, do meu plano de saúde, de parte do material que foi solicitado pelo médico. E esta solicitação foi feita há bastante tempo. Fiquei barrado na recepção à mercê da burocracia, esperando por uma autorização formal. Ao final a culpa parecia ter sido minha, pelo menos foi o que ficou evidenciado na desculpa dada pela recepcionista ao meu médico cirurgião ao afirmar que a minha chegada se deu quando o funcionário do plano já não se encontrava mais na sua repartição. É sempre assim, a corda se quebra do lado mais fraco e nesse jogo da vida, nos quais aparecem os serviços e os usuários estes são sempre os mais fracos.
Diante do episódio que gerou dúvidas para a atendente, ficam perguntas: o que vai acontecer agora? será que é algum sinal para dar meia volta e esperar em casa? e outras mais desse mesmo gênero. Comigo, porém, as coisas não funcionam assim. As dificuldades, quando ocorrem, é para serem superadas e não devem ser desculpas para alimentar o desânimo ou sentimento que o valha. É nessa hora que vêm a mente as pessoas iluminadas e estão para serem solicitadas, para socorrer aqueles que estão precisando - assim como eu nesse momennto. E foi assim que lembrei do amigo Fernando Carneiro e da minha amiga Marília. Eles certamente vão dar uma solução para o meu caso, pensei. Acertei em cheio. E cá estou deitado, internado, a espera do dormir e amanhecer para realizar mais este ato para conter a desobediência orgânica que parece querer reinar dentro de mim. Sei quee este reinado está chegando ao seu final. não aceitarei mais nenhum motim de qualquer que seja o órgão... se estou sobrevivendo sem estômago (literalmente) posso muito bem ficar sem a metade do fígado, só devem ficar comigo somente aqueles que realmente quiserem construir um futuro de promissor e de saúde. Deus está no controle e eu tomando posse. Tenho dito. Fiquem com Deus!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Antes que elas cresçam

Affonso Romano de Sant'Anna

Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.
É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores, tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença. Crescem como a inflação, independente do governo e da vontade popular. Entre os estupros dos preços, os disparos dos discursos e o assalto das estações, elas crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância.
Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; crescem, de repente.
Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.
Onde e como andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?
Ela está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, cabelos soltos sobre as ancas. Essas são as nossas filhas, em pleno cio, lindas potrancas.
Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou, então com a suéter amarrada na cintura. Está quente, a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem jeito, é o emblema da geração.
Pois ali estamos, depois do primeiro e do segundo casamento, com essa barba de jovem executivo ou intelectual em ascensão, as mães, às vezes, já com a primeira plástica e o casamento recomposto. Essas são as filhas que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e da ditadura das horas. E elas crescem meio amestradas, vendo como redigimos nossas teses e nos doutoramos nos nossos erros.
Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.
Longe já vai o momento em que o primeiro mênstruo foi recebido como um impacto de rosas vermelhas. Não mais as colheremos nas portas das discotecas e festas, quando surgiam entre gírias e canções. Passou o tempo do balé, da cultura francesa e inglesa. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Só nos resta dizer “bonne route, bonne route”, como naquela canção francesa narrando a emoção do pai quando a filha oferece o primeiro jantar no apartamento dela.
Deveríamos ter ido mais vezes à cama delas ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de colagens, posteres e agendas coloridas de pilô. Não, não as levamos suficientemente ao maldito “drive-in”, ao Tablado para ver “Pluft”, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas.
Elas cresceram sem que esgotássemos nelas todo o nosso afeto.
No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, comidas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhas. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de sorvetes e sanduíches infantis. Depois chegou a idade em que subir para a casa de campo com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma aqui na praia e os primeiros namorados. Esse exílio dos pais, esse divórcio dos filhos, vai durar sete anos bíblicos. Agora é hora de os pais na montanha terem a solidão que queriam, mas, de repente, exalarem contagiosa saudade daquelas pestes.
O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso, os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.
Por isso, é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que elas cresçam.

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O texto acima foi enviado por Vânia Sueli e cabe direitinho no contexto atual da minha vida, pai de duas filhas, segundo casamento e, agora, avô (uma netinha) tudo conforme o texto. Obrigado Affonso, obrigado Vânia, obrigado às minhas filhas, às quais aproveito para pedir desculpas pelas minhas faltas. Fiquem com Deus!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Atualização do blog de Edson

Estou testando uma maneira das pessoas amigas poderem atualizar o meu blog, se esta mensagem for postada é porque deu certo.
Vamos ver?! Fiquem com Deus!

Vermelho e Verde

Vermelho e verde pode parecer que são as cores de algum time de futebol ou de alguma escola de samba e que estaremos ressaltando os seus feitos. Não é isso, apesar de que o país anoiteceu ontem vestido de vermelho e preto - as cores da maior torcida de futebol, segundo eles alegam e, acredito, tem muita gente vestida com essas cores no dia de hoje.

Na verdade as cores em apreço estarão em evidência, de hoje ao dia 18 de dezembro, na cidade de Copenhague, Dinamarca, onde ocorre a 15ª Conferência sobre o Clima da ONU. São mais de 190 países ali representados para discutirem sobre meio ambiente mundial. O vermelho representa a continuidade do aquecimento do planeta e o verde representa a defesa pela ecologia. A primeira é a aceleração do processo de decadência do planeta Terra e a segunda é a manutenção da vida. Isso porque está comprovado que as atividades econômicas desenvolvidas unicamente pelo homem é responsável pelas evidentes mudanças climáticas registradas no planeta e que estão pondo a humanidade em risco de extermínio em pouco tempo.

Fazendo um paralelo, podemos observar que muitas dessas atividades são verdadeiros cânceres que estão consumindo a Terra - nãdá mais para identificar onde está a origem de câncer, mas certamente podemos identificar as metástases por todo lado. A medida que as florestas estão sendo destruídas - células malignas derrubando as árvores - fenômenos naturais destruidores de forma inéditas estão ocorrendo nas diversas regiões ou estão sendo repetidas de forma mais agressivas que nos anos anteriores, numa prova inconteste de que algo está errado.

No meu tempo escolar sabíamos da existência de tonardos e tufões, ficávamos imaginando como seriam esses fenômenos da natureza - não ocorrem no Brasil, diziam os professores. Não ocorriam, hoje estes fenômenos estão se repetindo a partir da região sul do país e a cada ano com maior poder de destruição, deixando um rastro de dor e desolação para os sobreviventes. Aprendemos que na região norte do nosso país está concentrada a maior floresta e maior bacia hidrográfica do mundo - e novamente a nossa imaginação nos levava a ver imagens de abundância total: muita água e muitas árvores! Eu tive a graça de percorrer, no final de 1975, uma trilha no interior do alto Amazonas, mais precisamente na cidade de Cucui-AM que faz fronteira geográfica com a Colômbia e a Venezuela, navegamos pelo Rio Negro para chegar àquela cidade. Resgatei essa experiência para dizer o quão ficou gravado aquele momento, respirar ar puro,
ouvir o som da mata e sentir o cheiro daquela terra... e saber que está ameaçada, consumida que está pelo câncer que a destrói aos poucos. Temos assistido pela mídia que a seca naquea região tem se repetido pela falta das chuvas, os rios da bacia amazônica estão secando e os seus leitos aparecem rachados, da mesma forma que costumamos ver na região nordeste e que foi vista no sul e sudeste em anos anteriores. Isso tudo em decorrência da ação indiscriminada do homem empreendedor, do homem plantador, do homem criador de gado - faltou o adjetivo que representa a grandeza, a ganância e a avareza da maioria dessas pessoas que estão promovendo a destruição da natureza em busca da expansão dos seus negócios de produção.

Diariamente estão sendo queimados milhares de quilômetros quadrados de mata virgem para ceder lugar a pastos ou plantio de grãos como a soja e outros igualmente rentáveis. Falta o exercício de uma política pública séria e realmente compromissada com o meio ambiente, que garanta a nossa sobrevivência de forma menos impactante e invasiva. Diversos cientistas espalhados pelo mundo estão tentando descobrir o que causa o câncer no ser humano e lutam para descobrir uma forma de conter esta doença maligna, que consome as células boas do corpo levando a pessoa a falência vital.

O câncer da Terra, ao contrário da doença dos homens, tem a sua causa conhecida e todos sabem a forma de conter todas as suas metástases. Daí a razão da existência de grupos de pessoas que vestem a cor verde, os ambientalistas e seus adeptos, em oposição àquelas que refletem o vermelho, seja pela atividade direta que promove a destruição ou pela sua omissão de ações que amenizem os efeitos colaterais dessas atividades. Aqui não vale a premissa de que "o essencial é invisível aos olhos" - o essencial aqui é promover e executar ações voltadas para barrar o extermínio da natureza, antes que seja tarde demais. Ampliar o poder da fiscalizaçâo na defesa das matas da amazônia, aumentando o número do contingente humano empenhado nessa empreitada heróica (pelas condições atuais de trabalho), legislar de forma mais isenta para evitar o protecionismo dos políticos/empresários pelas leis que estão elaborando, promover campanhas educativas com maior amplitude visando modificar posturas individuais das pessoas urbanizadas, enfim são inúmeras as formas de iniciar o tratamento antes de vermos o planeta sendo engolido por si mesmo, tragado pelos estragos dessa destuição diária.

Voltaremos a este tema. Fiquem com Deus.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Festa de fim de ano

A comunidade "Quimio! Amigos Guerreiros!" da qual faço parte preparou pelas mãos da Renata (Rê) o vídeo abaixo em comemoração pela chegada do final do ano de 2009. Adorei o vídeo (tente me localizar) e por isso mesmo está ai para ser visto fora da comunidade. Quero participar da festa do próximo fim de ano! Fiquem com Deus!

sábado, 5 de dezembro de 2009

Nos embalos de sábado a noite

Na noite de hoje me peguei com o pensamento lá atrás... mas não me fixei em nenhuma data, em nenhum momento especial, apenas deixei o pensamento viajar no tempo. Acho que eu queria era rebobinar a fita ou parar o tempo aqui mesmo, a ansiedade deixa as pessoas confusas, E é este sentimento que tem sido a tônica dos últimos dias, as dúvidas se misturam com a certeza (acredito) que tudo vai dar certo nesta cirurgia. Não creio no fim do prazo de validade para agora. Tenho muito que aprender nesta vida e se depender desse diploma, espero que demore a ser assinado pelo Reitor celestial.
Estou deixando me embalar pelas ondas da vida, independente de ser sábado ou estarmos no turno da noite, como tenho dito mudei o meu modo de viver e tenho procurado ser muito mais tolerante. Infelizmente não me apercebi dessa necessidade há mais tempo, porém não cabe arrependimento pelo que foi feito, muito menos pelo que foi deixado de ser feito. Foi como foi porque tinha que ter sido assim, para que hoje eu possa conhecer outras formas. Faz parte do processo de crescimento pessoal, quando podemos abstrair essas nuances.
Hoje de manhã fiz uma coisa que fez a Jack chorar, não era minha intenção provocar tristeza ou pensamentos contrários a nossa fé na vitória final. É que sou muito prático e obejtivo, explico isso para justificar o episódio matutino. Desde que fui operado deixei de usar camisas de algodão, com botões, e passei a usar camisa polo, para combinar mais com o novo biofísico - mais magro que o normal e as camisas ficaram grandes, folgadas. Até mesmo as camisas de malha que eu tinha ficaram folgadas, quando comprei outras de tamanho menor. Bom, hoje resolvi desocupar a minha parte no guardaroupa e juntei todas as camisas para doá-las. Sei que não mais irei usá-las, então por que guardá-las por mais tempo? Se tem alguém que pode estar precisando delas, o melhor é dar mesmo. Foi o bastante para criar um clima de tristeza, entendi a situação, sei que é difícil tudo isso. Não quis fazer dramas nem chamar a atenção, não preciso desse expediente para ser notado, a prática do amor tem feito esse papel muito bem, as atenções são mútuas, sem apelações de qualquer ordem.
Este sábado realmente foi muito melancólico, a começar pela manhã quando estivemos na nossa casa na Praia de Jacumã para buscar alguns pertences antes de fecharmos o negócio da venda que está quase cooncretizado. Colhi os cajús maduros como se fosse a última vez (em razão da venda), enquanto a Jack juntava as louças e outros utensílios da cozinha. Outros frutos já estão em andamento, como a pinha, graviola e coco verde. Encarei a venda da casa como sendo de necessidade para investir em outras coisas, mas sempre fica uma pontinha de quero mais...
Bom, estamos chegando ao final desse dia, amanhã o sol irá brilhar novamente e com mais luz, mais calor e certamente novos ares estaremos respirando e vivendo...
Fiquem com Deus!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A Linha do Tempo

Voltando para a abordagem do tema anterior, percebemos que o mundo atual tem levado as pessoas a perderem um dos maiores referenciais da vida: o tempo. Se perguntarmos quantos anos faz que determinado evento ocorreu, provavelmente ficaremos surpresos diante da resposta e deixamos escapar a pergunta: "- Tudo isso?! Parece que foi ontem", acrescentamos.
O tempo está passando mais rapidamente ou a velocidade das informações é que tem aumentado e contribuido para nutrir esta sensação?! Muitas vezes me pego refletindo sobre o assunto e a impressão que tenho é que muitos fatores contribuem para este fenômeno. Alguns exemplos a seguir serão dados para justificar a tese de que o homem tem "acelerado" o tempo, provocando uma ruptura na linha natural dos fatos e acontecimentos que nos faz perder o nosso referencial.

Assistir televisão diariamente tem sido muito danoso para quem não quer ver o tempo passar... antigamente podíamos dizer que era justamente para se ter o efeito contrário, ou seja os programas serviam de entretenimento para "ajudar a passar o tempo". Mal acaba um programa semanal como Fantástico, Domingo Legal e tantos outros... e lá estamos novamente recebendo as chamadas diárias para o próximo programa a ser exibido... Isso para citar apenas os domingueiros, ocorrendo o mesmo para os demais programas que são exibidos ao longo da semana.

Deixando os programas de lado, mas ainda de dentro da televisão, nos deparamos com informações que aproximam demasiadamente o futuro dos dias atuais. Trazendo para o nosso dia a expectativa de viver situações antes nunca pensada. Um exemplo prático. Desde o ano passado, 2008, estamos vivendo o ano de 2010. É como se o ano de 2009 já houvera sido devorado. No mês de março deste ano já tinha fabricante de automóvel apresentando a sua linha de produção de 2010.
Hoje pesquisando na net descobri que tem sites, mais de um milhão e duzentos mil, falando das Olímpiadas de 2016... pode isso?? Estão devorando as de 2010, 2012 e 2014. O mesmo ocorre quando se fala da copa do mundo de 2010 que paesar de ainda não ter ocorrido, tem sido assunto da mídia há anos atrás e, o pior, a expectativa da copa de 2014 suplanta na mente dos torcedores brasileiros o evento do próximo ano. Então, com tantas datas na cabeça, qual é mesmo a data de hoje? Em que ano estamos? Vamos festejar a entrada de 2010 de olho em 2014, 2016... afinal, o ano ainda nem chegou e já tem o olhar da maioria voltado para o seu final. A razão disso está nos dois maiores eventos que ocorrerão a partir do sexto mês daquele ano, a copa do mundo de futebol e a realização das eleições para presidente, senadores, governadores, deputados federais, estaduais e distritais (estes somente em Brasília) - grafados em minúsculos pelo desmerecimento de deferência. Então, juntamente com o carnaval começam os abusos das falas dos políticos até a chegada nas urnas - podemos dizer que o ano de 2010 foi vencido desde já!

Uma coisa começa a acabar depois que é consumida mais da sua metade... é lógica! Mas, acabar antes de começar é triste, é as trevas! Para citar a fala da personagem da novela que esperamos ansiosamente pelo seu momento final... que dar-se-á no início de 2010! Olha ai novamente o futuro dentro da nossa vida de hoje.
Moral da história: "O melhor é manter desligada a nossa TV por mais tempo!" Fiquem com Deus!
PS.: A imagem foi baixada pela Internet e pode ter direitos autorais.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Idoso

Hoje me dei conta de que o tempo está passando de verdade. Estacionei o meu carro na Zona Azul, no centro da cidade, numa vaga comum, pelo menos não tinha nenhuma placa indicativa de que era destinada a pessoas idosas ou com deficiência física - observo muito para evitar apropriar-me dessas vagas especiais. Logo surgiram dois funcionários responsáveis pelo estacionamento naquele setor e nada me cobraram (costumam fazer abordagem na nossa chegada para pagar a taxa ou solicitar que deixemos o pisca-alerta ligado no caso de querermos usar o tempo de 10 minutos de carência). Ao invés disso, ficaram calados. Segui então às compras, despreocupado com o tempo. Não tinha nenhum compromisso para esta tarde.
Demorei cerca de quarenta minutos para retornar e pegar o carro. Já estava com o dinheiro trocado em uma das mãos para pagar a taxa de estacionamento, afinal tinha passado os 10 minutos de carência e nem tinha deixado o pisca ligado - o que me obrigaria a efetivar o pagamento. Choquei quando vi um papel na cor rosa preso sob o limpador do parabrisa - esperava encontrar o ticket da zona azul (que é azul, não rosa) - e para o meu espanto aquele papel rosa também era relativo à Zona Azul, criado para os veículos em estado de carência e fiquei chiclete quando vi que estava marcado IDOSO! Portanto, com carência de 60 minutos!
Isso deixou-me liberado do pagamento da taxa e com a certeza de que estou ficando velho!
Aos olhos da dupla dinâmica que marcou aquele X na opção do idoso já rompi o cabo canaveral. Pelo menos uma coisa boa, um proveito dessa doença - isentar, pela minha aparência atual, do pagamento de taxa de estacionamento (pena que não ando muito pelo centro da cidade).
Este fato não foi um caso isolado, tenho notado que ao chegar em alguns locais públicos como bancos e outros em busca de atendimento... prevalece a Ficha Preferencial, que recebo para não desconcertar a pessoa que me deu a senha ou fazer ela pensar que estou querendo ser jovem.
Enfim, são situações novas que vieram com o câncer e por isso não tenho nenhum motivo para comemorar. Quisera ter conquistado esses direitos pelo passar real do tempo e não pelo imaginário das pessoas que me cercam. Mesmo assim, aproveito para tirar uma onda com tudo isso. É a vida. Fiquem com Deus.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Bombou na TV

Hoje vi na televisão, Rede Globo, duas situações interessantes envolvendo pessoas amigas. A primeira delas ocorreu na cidade de Goiânia-GO no dia de ontem, dia 01. Não fosse pela irresponsabilidade dos envolvidos eu diria que o episódio era digno de aplausos pelo ato de solidariedade do amigo, mas poderia ter acabado numa tragédia mesmo. O fato é que um sujeito caiu numa blitz policial e foi constatado que o mesmo estava dirigindo embriagado e a ele foi dado a oportunidade de chamar uma pessoa da família ou um amigo para retirar o seu veículo da delegacia, evitando que o mesmo fosse encaminhado para um desses depósitos de carros apreendidos - afinal o carro não tinha culpa de nada, na visão do bêbado! Então, para acudi-lo, veio um amigo do sujeito todo prosa dirigindo a sua camionete (não me pergunte como ele levaria os dois carros pra casa...). Não levou nenhum, nem outro... o cara também estava embriagado e ainda por cima com a documentação da camionete vencida! Isso é que é amizade, ficaram os dois em cana! Como disse, seria cômico não fosse trágica a situação. Moral da história: Se beber, não dirija mesmo... nem para socorrer um amigo!
A outra situação ocorreu aqui mesmo em João Pessoa-PB no início da manhã de hoje, dia 02.
Uma festa de confraternização de final de ano promovida por um grupo de pessoas amigas... tudo normal não fosse o local de realização dessa festa. O interior de um ônibus coletivo em seu itinerário normal, pegando os passageiros normalmente nas paradas como manda o bom figurino, com direito a ornamentação de bolas de sopro, frutas e outras guloseimas. A amizade do grupo nasceu há 08 (oito) anos na repetição dos encontros ocorridos diariamente na mesma parada (na reportagem dava para entender que era no ponto inicial dessa linha do coletivo do Conjunto Ernesto Geisel), sempre no mesmo horário matutino. Muitas nem sabem aonde a outra mora, são amigas dali, da parada mesmo. Isso sim é uma demonstração de reconhecimento do valor de uma pessoa, mesmo sem maiores vínculos pessoais estão nutrindo o carinho da amizade e da solidariedade humana. Parabéns a esse grupo do Geisel! O importante é considerar as pessoas como sendo nossos amigos de verdade, não importa de que forma nos conhecemos... se no trabalho, na praça, numa festa ou numa parada de ônibus.
Esta segunda história me faz lembrar que no condomínio onde moro ocorre exatamente o contrário, mesmo convivendo a poucos metros de distância muitas pessoas passam umas pelas outras e sequer fazem um cumprimento, esquecem de cordialidades básicas como desejar um bom dia, uma boa noite... Ora, há quem deixe a porta aberta quando entram no prédio - apesar de existir uma placa na porta que adverte sobre o risco de ficarmos expostos a meliantes. Viver em comunidade não é fácil mesmo, não é para qualquer um, é preciso ter tido educação doméstica bastante sólida. Um dia o espírito do grupo do Geisel tomará conta da maioria... Fiquem com Deus!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Cirurgia com a data marcada!


Finalmente está definida a data para a minha cirurgia hepática como sendo o dia 10 de dezembro, a internação hospitalar ocorrerá na véspera, isto é no final da quarta-feira dia 09. Será feita no Hospital Memorial São Francisco, pelas mãos do Dr. Cássio Virgílio - meu ex-aluno no tempo do 1º Grau, quando eu lecionava matemática para a 7ª Série. Uma grande coincidência da vida. Por isso se diz que o mundo gira e um dia até as pedras se encontram novamente.
Graças a Deus estou muito tranquilo, um pouco ansioso, mas bastante confiante no sucesso da cirurgia. Tenho dormido muito bem. Não há com que me preocupar, sempre digo que não devemos antecipar os fatos. Tudo acontece no seu devido tempo. Fiquem com Deus!